A cidade de Santa Cruz do Xingu (1.086 km de Cuiabá), pode perder cerca de 50% do seu território atual se houver realmente a demarcação da Terra Indígena Kapôt Nhinore, na região da fronteira de Mato Grosso com o Pará. Quem diz isso é a prefeita da cidade, Joraildes Soares de Souza (PSD).
Ao todo, o território em disputa por produtores e indígenas tem 362 mil hectares, destes 217 mil hectares dizem respeito apenas ao território de Santa Cruz do Xingu. A TI abrange ainda as cidades de Vila Rica (MT) e São Félix do Xingu (PA).
“Segundo o estudo da Funai, existem 60 indígenas vivendo neste território, nos parece desproporcional demarcar 217 mil hectares e desabrigar tantas outras famílias que vivem e produzem neste território há mais de quarenta anos”, acrescentou Joraildes Soares de Souza.
De acordo com a prefeita, a equipe do Governo do Estado que presta auxílio às populações indígenas em Mato Grosso não tinha conhecimento da existência dessa comunidade. A prefeita disse que já há movimento de investidores e empresários de evitar a cidade temendo que a economia local não suporte o impacto de uma possível de marcação.
“Hoje nós temos vários investidores que estavam trabalhando para vir para o município e deram uma recuada. Empresas que estão aqui e já querem ir embora, já tiveram até empresas que foram embora temendo os impactos socioeconômicos da demarcação. É um regresso para o nosso município”, relatou.
Conforme a prefeita de Santa Cruz do Xingu, a Prefeitura vem recebendo orientação jurídica da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) e do Governo do Estado para lidar com a questão.
“A Prefeitura não tem legitimidade para contratar um advogado só para poder defender essa questão, foi o que a AMM me passou, mas o Governo do Estado disponibilizou uma equipe de jurídico, a AMM me disponibilizou a equipe jurídica e a nossa equipe jurídica está trabalhando na defesa”, disse.
Ao todo, são 102 produtores que serão prejudicados se a demarcação realmente for adiante.
“Têm pessoas que tudo o que têm está ali; não são produtores ricos. Não tem produtores ricos, são todos produtores de pequeno e médio porte. São produtores que vivem daquilo ali”, ressalta.
“Essa semana foi votado (pelo Senado) o Marco Temporal, foi uma grande vitória para nós, uma grande conquista. Só que nós não vamos cruzar os braços, não. Vamos continuar trabalhando, continuar na defesa para a gente, se Deus quiser, não perder essas áreas”, concluiu.
FONTE/CRÉDITOS: Agencia da Noticia
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