O atirador investigado por matar o advogado Roberto Zampieri, de 57 anos, no dia 5 deste mês, em Cuiabá, vigiou a vítima por 30 dias antes do crime, segundo o delegado da Polícia Civil responsável pelo caso, Edson Pick. Os três investigados foram transferidos, neste sábado (23), para Cuiabá, em aeronaves do Centro Integrado de Operações Aéreas da Segurança Pública (Ciopaer).
O delegado explicou que Maria Angélica já era uma das suspeitas devido a disputa agrária com o advogado. A investigação chegou até o atirador por causa das câmeras de segurança do escritório do advogado.
“A gente recebeu o vídeo da vigilância do escritório. Foi possível ver a face deles e conseguimos identificá-los. Chegamos no hotel em que eles ficaram hospedados e seguimos os passos que eles fizeram. O atirador fez a vigilância do advogado por aproximadamente 30 dias. O intermediário chegou no dia do homicídio e foi embora no outro dia”, disse.
Em um novo vídeo, é possível ver o advogado, com o sócio e o atirador conversando no escritório da vítima. (veja acima)
Segundo o delegado, no dia da morte do advogado, os três investigados estavam em Cuiabá.
“No decorrer das investigações, chegou uma denúncia anônima de que a empresária estaria vendendo a fazenda, a qualquer preço, para ir embora do Brasil. Com isso, a gente pediu a prisão temporária deles para que a gente possa tentar concluir o restante das investigações”, disse.
Prisões
O autor dos disparos contra o advogado foi preso na quarta-feira (20), em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte, com apoio do Departamento Estadual de Homicídios. Ele foi interrogado pelo delegado Edison Pick, da DHPP de Cuiabá.
Segundo o delegado, o homem confessou que atirou contra o advogado, que morreu após ser baleado com pelo menos 10 tiros dentro do próprio carro, em frente ao escritório onde trabalhava.
A empresária e farmacêutica Maria Angélica Caixeta Gontijo, de Patos de Minas, também foi presa na quarta-feira (20) suspeita de ser a mandante do crime.
Segundo a Polícia Civil de Mato Grosso, Maria Angélica teria ordenado o assassinato do advogado após ter perdido uma disputa judicial por uma fazenda de cerca de 20 mil hectares na cidade de Ribeirão Cascalheira (MT), região do Vale do Araguaia. O advogado assassinado era a parte contrária na ação.
Já o terceiro envolvido, que seria o intermediário entre a empresária e o atirador, foi preso na sexta-feira (22). Ele é apontado como o responsável por contratar o serviço e entregar a arma de fogo ao executor.
As investigações da Delegacia de Homicídios de Cuiabá apontaram que, após contratar o atirador pelo valor de R$ 40 mil, o intermediário despachou uma pistola calibre 9 mm, registrada em seu nome, para Cuiabá, no dia 5 de dezembro, a mesma data em que ocorreu o crime.
O encontro entre o intermediador e o executor para entrega da arma ocorreu em um hotel, onde os dois ficaram hospedados na capital mato-grossense.
Entenda o caso
O advogado saía do escritório que trabalhava quando o crime aconteceu. Vídeos de câmera de segurança mostram o momento em que a vítima é surpreendida pelo assassino, que disparou pelo vidro do lado do passageiro e fugiu em seguida (assista acima).
As equipes de socorro médico foram até o local, mas a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu. O suspeito chegou a ficar cerca de uma hora aguardando a vítima sair do local.
O delegado da Polícia Civil, Nilson Farias, disse que o atirador aguardava o advogado na frente do escritório e que a vítima tinha um veículo blindado há mais de 5 anos.
“Ele tinha um carro blindado, mas já tem uns cinco anos que ele possui esse veículo, não é por ameaça recente. Hoje, especificamente, ele não utilizou, mas usava esse carro blindado de forma aleatória. Pelo que levantamos, ele nem viu o que aconteceu porque foi muito rápido”, disse.
Ainda de acordo com o delegado, o suspeito utilizou uma caixa revestida com saco plástico para esconder a arma do crime, e que o objeto também pode ter sido usado para abafar o som dos disparos.
FONTE/CRÉDITOS: Araguaia Noticias
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