No relatório técnico da Polícia Civil sobre as operações e vínculos na Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, o prefeito afastado, Emanuel Pinheiro (MDB), aparece em uma reunião com João Arcanjo Ribeiro e um dos alvos da Operação Hypnos. O afastamento de Emanuel foi baseado em um pedido do promotor Calos Zarur e do delegado Francisco Kunze.
O relatório cita 9 operações na Saúde que foram deflagradas entre os anos de 2018 e 2023, sendo elas: Sangria, Capistrum, Smartdog, Overpriced, Curare e Cupincha, Overpay, Cartão Postal e Hypnos.
Com relação à operação Hypnos, o documento cita que ela investigou fraude na aquisição de medicamentos pela Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP). Foi apurado o desvio de valores por meio da compra de medicamentos que não deram entrada no estoque da ECSP no ano de 2021.
“O esquema se deu por meio da contratação da empresa Remocenter Serviços Médicos (identificada como empresa fantasma). Essa empresa se utilizava de ‘laranjas’ para operar, e estava relacionada às pessoas de Mônica Cristina Miranda dos Santos, João Bosco da Silva e Maurício Miranda de Mello”, diz trecho.
Celio Rodrigues Da Silva, então diretor geral da ECSP, e Eduardo Pereira Vasconcelos, então diretor administrativo financeiro da ECSP, autorizaram pagamentos para a Remocenter “de forma totalmente atípica, sem prévio procedimento licitatório, sem prévia justificativa para a contratação direta por meio de dispensa de licitação e sem formalização de Contrato Administrativo”.
Foi apontado que a Remocenter não possuía em estoque o medicamento supostamente vendido, nem possuía autorizações formais para comercializar medicamentos em geral. Em uma conversa entre João Bosco da Silva, ligado à Remocenter, e Marcelo Biaggio Norbiatto (gestor em controladoria na ECSP de novembro de 2019 a janeiro de 2022) é citada a reunião com Emanuel Pinheiro e João Arcanjo Ribeiro.
“Consta ainda no relatório técnico [...] que em conversa por whatsapp [...] no dia 08/09/2021 João Bosco da Silva, encaminha a Marcelo Boaggio Norbiatto uma [...] foto onde estão o próprio João Bosco da Silva, seu sócio João Arcanjo Ribeiro e o Prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro, aparentemente nas dependências da Prefeitura Municipal, reforçando que João Bosco utiliza de influência política em prol de sua empresa e seus contratos públicos”.
O relatório ainda concluiu, através uma conversa direta entre João Bosco e Emanuel Pinheiro, que João Bosco atuava como uma espécie de lobista, em face ao seu sócio e “compadre” João Arcanjo Ribeiro. João Bosco utilizava de sua amizade e proximidade com Emanuel para agendar visitas políticas ou de negócios com secretários municipais ou com o próprio prefeito.
FONTE/CRÉDITOS: Agencia da Noticia
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