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Atendendo mais de 2 mil estudantes, Escolas Militares começam a impactar positivamente o ensino no Médio Araguaia

No início do ano de 2022, as cidades de Água Boa e de Nova Xavantina ganharam unidades da Escola Militar Tiradentes. No início de 2023, foi a vez de C

Atendendo mais de 2 mil estudantes, Escolas Militares começam a impactar positivamente o ensino no Médio Araguaia
Foto: Reprodução
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No início do ano de 2022, as cidades de Água Boa e de Nova Xavantina ganharam unidades da Escola Militar Tiradentes. No início de 2023, foi a vez de Canarana e de Querência. Os quatro principais municípios do Médio Araguaia já atendem mais de dois mil alunos, com turmas que vão do 6º Ano do Ensino Fundamental ao 3º Ano do Ensino Médio. O Pioneiro foi conhecer o início dos trabalhos nas quatro escolas e quais os resultados alcançados.Em julho último, o Governo Federal anunciou que estava encerrando o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, que abrange unidades atendidas pelas Forças Armadas, como o Exército. O anúncio levantou dúvidas sobre a continuidade do modelo de gestão escolar em parceria com o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar em Mato Grosso. Como consequência, o governador Mauro Mendes esclareceu que nenhuma escola cívico militar gerida pelo Governo do Estado será fechada, pelo contrário, o número de unidades será ampliado.

Por estarem no início das atividades, as Escolas Militares do Médio Araguaia sofrem com falta de alguns materiais, como os uniformes. Porém, já é possível perceber melhora nos índices que medem a qualidade do ensino, maior participação dos pais na educação dos filhos, ambiente escolar mais organizado e tranquilo, mudança de comportamento dos alunos tanto em sala de aula quanto em casa e, até casos de alunos que abandonaram o tráfico de drogas.

Em Água Boa, a Escola Estadual Militar Tiradentes 3º Sargento PM Justino Pinheiro dos Santos é a que possui a melhor estrutura, funcionando em um prédio amplo, moderno e novo, inaugurado nesse ano. São 430 alunos em 17 turmas, do 7º ao 2º Ano, divididos entre manhã e tarde. Os estudantes dessa unidade já estão com seus uniformes padronizados, o que foi adquirido com o apoio do Governo do Estado, Prefeitura Municipal e sociedade organizada.

Nas unidades militares, dentro da sala de aula as escolas têm autonomia no projeto pedagógico. As aulas são dadas por professores da rede pública, que são servidores civis. Fora da sala de aula, militares da reserva ou da ativa atuam como monitores, disciplinando o comportamento dos alunos. Conforme o diretor de Água Boa, 1º Tenente PM Galvão, isso não melhora apenas os índices de aprendizagem em sala de aula, mas o comportamento dos filhos fora do ambiente escolar.

Porém, Galvão lembra que a responsabilidade da educação não deve ser transferida de casa para a escola. “Os pais nos relatam que os filhos estão demonstrando maior educação em casa. Então eu acho que esse modelo de escola também está ajudando nesse aspecto, porém é preciso lembrar que a educação é responsabilidade dos pais e não se deve jogar esse compromisso para a escola, que tem a função de ensinar o conteúdo. Mas a gente fica feliz em ajudar e saber que está trazendo esse resultado”, destacou o diretor.

Conforme o coordenador militar da Escola Estadual Militar Tiradentes Cabo PM Sebastião Ferreira Miranda, de Canarana, 2º Sargento PM Raoni, a participação dos pais está crescendo, o que ele destaca como positivo. “Sabemos que a presença dos pais, num modo geral é pequena no ambiente escolar, mas aqui eu vejo grande participação e não somente quando são convocados, mas também para acompanhar como os seus filhos estão indo na escola”, relatou. Em Canarana a Escola Militar tem 320 alunos em 10 turmas, do 7º ao 3º Ano.

A unidade de Nova Xavantina, Escola Estadual Militar Tiradentes Cabo PM Danner Maia Barbosa, está atendendo 600 alunos em 20 turmas do 6º ao 3º Ano. O professor de Matemática, Fernando Fernandes, destacou o resultado de uma avaliação recente. “São provas de matemática e de português dentro de uma plataforma online chamada Plurall. O resultado na prova do segundo bimestre mostrou notas na média 10% melhores do que a prova aplicada no primeiro bimestre desse ano”, disse o professor.

Os alunos não são obrigados a estudarem na Escola Militar. Os municípios possuem sempre outra opção, com o ensino regular. O 1º Sargento PM Fontenele, comandante de pelotão em Nova Xavantina, disse que a desistência de alunos é pequena, em torno de 3%. “Sempre tem aquele que não se adapta, mas a grande maioria gosta. Treino ordem unida com eles e vejo, principalmente quando tem uma apresentação, os alunos sentem orgulho em desfilar, para mostrar para os pais. Isso é muito bom também para a auto estima deles”, comentou.

A unidade com mais alunos aqui da região é a Escola Estadual Militar Tiradentes Coronel PM Jorge Luiz de Magalhães, de Querência, que atende 734 alunos em 28 turmas do 6º ao 3º Ano. Nessa escola veio o relato mais impressionante. Conforme repassado à reportagem, um dos alunos tinha sido detido algumas vezes pela polícia por porte de droga. Além de usuário, fazia o conhecido “corre”, que é a entrega do entorpecente. Quando começou a frequentar a Escola Militar, deixou de ser traficante e passou a ser estudante, abandonando a vida delituosa.

A estudante Ada Cristina dos Santos, tem 13 anos e está no 8º Ano da Militar em Querência. Ela está contente com o novo modelo. “Antes os alunos gritavam e subiam em cima da mesa no refeitório, mas agora é organizado. Não usamos mais celular e quando entramos na sala de aula dizemos bom dia para o professor. Consigo aprender melhor”, relatou. A técnica administrativa Rosângela Salete também aprovou o método. “O respeito dos alunos melhorou não somente com os professores, mas também com nós servidores”, disse.

No total são exatamente 2.084 alunos atendidos nas Escolas Militares dos quatro municípios, número que deve crescer no próximo ano. O trabalho está no início, mas mais do que uma opção para os alunos, já demonstra resultados positivos. É uma iniciativa do governo Mauro Mendes que está sendo apoiada por pais e por grande parte da sociedade da região.

FONTE/CRÉDITOS: Agência da Noticia
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