No mundo atual é impossível dissociar o uso das telas, seja de smartphone, televisão ou computador.
Entretanto, o tempo de exposição nos primeiros anos de vida é um ponto de alerta. Saber a hora de se desligar das telas é questão de saúde.
A primeira infância é um momento fundamental para o desenvolvimento motor e cognitivo, fator que diferencia os seres humanos de qualquer outro animal. Essa inteligência singular é adquirida principalmente nos primeiros três anos de vida, que determinam grande parte do amadurecimento das estruturas e regiões cerebrais. Sendo consequência do tempo, da experiência e das relações vividas pelas crianças durante este período. Em um mundo cada vez mais tecnológico, como pensar o impacto das telas ?
Consequências negativas para as crianças
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda evitar a exposição de crianças menores de dois anos às telas. Além de limitar o tempo de uso ao máximo de uma hora por dia, entre dois e cinco anos, com a supervisão de pais, cuidadores ou responsáveis.
Vídeos curtos, de em média 15 segundos, com edições aceleradas e músicas que grudam na cabeça. O formato de conteúdo priorizado no Tik Tok leva a rede social a crescer de forma rápida, chegando a ser o aplicativo mais baixado em 2021 e ultrapassar a marca de um bilhão de usuários ativos. O público-alvo, majoritariamente formado por jovens, passa horas e horas com os olhos vidrados na tela do celular.
Áreas do cérebro ligadas ao sistema de recompensa são ativadas pelos vídeos da rede, produzindo de forma rápida uma sensação de prazer e satisfação no organismo.
Entre as partes do cérebro ativadas apenas pelos conteúdos personalizados está a área tegmental ventral (ATV), um dos principais centros dopaminérgicos do órgão e considerado o início do circuito de recompensa. Isso porque ela libera a dopamina, neurotransmissor que, ao chegar na área do córtex pré-frontal, provoca a sensação de prazer.
Então, quando o jovem está assistindo a um vídeo no TikTok, o cérebro dele recebe uma enxurrada de dopamina que faz com que ele se sinta feliz, alegre, satisfeito. O problema é que, quanto mais dopamina o cérebro recebe, mais ele quer, aí ele acaba entrando em um estágio de saturação em que essas ‘doses’ vão precisar ser cada vez maiores.
Essa onda de dopamina leva o jovem a não conseguir desprender a atenção da experiência acelerada para outras tarefas que sejam mais complexas e não promovam a sensação de prazer de forma tão rápida.
Uso saudável
Recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o tempo de exposição de telas de acordo com a faixa etária. Lembrando da importância de dar um intervalo a cada 20 ou 30 minutos para ter contato com luz ambiente.
Crianças de 0 a 2 anos: não devem ter qualquer exposição Crianças de 2 a 6 anos: 1 hora por dia Crianças de 6 a 10 anos: 2 horas por dia Crianças acima dos 11 anos: até 3 horas por dia
Como controlar o uso das telas
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