Política

A proposta de uma nova demarcação, solicitada pela FUNAI, tem deixado a população de Santa Cruz do Xingu, bastante preocupada com a possibilidade de o fato se tornar realidade. A Nova demarcação pode eliminar quase 10% da área de soja de Santa Cruz do Xingu, podendo atingir cerca de 200 propriedades. 

O Presidente da Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Xingu, Adriano Vagner, tem feito um trabalho ativo na conscientização da problematica que isso pode trazer para o município. “É algo que precisamos estar atentos, Santa Cruz está evoluindo em número de produção de grãos e isso tem chamado a atenção de todo o Brasil, o progresso também chegou por aqui, e não podemos retroceder”, disse ele, que é um entusiasta do município. 

A possibilidade da criação de uma nova terra indígena na região do Vale do Araguaia, em Mato Grosso, pode eliminar quase 10% da área cultivada com soja em Santa Cruz do Xingu. O município é o mais atingido pelo estudo aprovado na semana passada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

O estudo para a demarcação de uma nova área indígena de 362.243 hectares, aprovado pela Funai, no dia 28 de julho deste ano, irá afetar 218 mil hectares em Santa Cruz do Xingu, ou seja, mais da metade da nova área indígena deverá vir do município mato-grossense. Outro município mato-grossense a ser afetado é Vila Rica, além de São Félix do Xingu, no Pará.

O documento de Identificação e Delimitação da Terra Indígena (TI) Kapôt Nhĩnore é o primeiro passo para a demarcação do território, que pode causar a expropriação de 201 propriedades rurais entre Mato Grosso e o Pará. A aprovação do estudo ocorreu durante o evento ‘Chamado Raoni’, convocado pelo Cacique Raoni Metuktire na Aldeia Piaraçu (MT), com a presença de lideranças indígenas de todo o país e autoridades.

Na próxima sexta-feira (15), haverá uma Audiência Pública, realizada pela Prefeitura Municipal e com o apoio da Câmara de Vereadores, o evento acontece às 9:30h no Salão da Igreja Católica e tem como Tema Principal, a demarcação de terras indígenas na região Araguaia. “Vamos contar com a participação de várias autoridades, e precisamos da participação de toda a comunidade, porque o nosso município é o mais prejudicado nesse processo”, alertou o Presidente Adriano Vagner.