O governador Mauro Mendes (União) afirmou que o Governo do Estado não estava preparado para identificar o desmatamento químico feito pelo fazendeiro Claudecy Lemes em mais de 81 mil hectares do Pantanal.
Ele explicou que, apesar dos investimentos anuais superiores a R$ 70 milhões feitos para proteger bioma, o sistema de monitoramento identificava somente desmatamentos feitos com tratores.
Contudo, o governador disse que está capacitando o sistema de monitoramento para identificar desmatamentos químicos.
“Ele [Claudecy] usou uma tecnologia para a qual não estávamos preparados. Tradicionalmente, 99,9% dos desmatamentos são feitos com trator. Isso a gente 'pega' em 24h, mas desflorestamento químico demora semanas, meses”, disse.
“Estamos adaptando nossos sistemas para que possamos detectar através da tecnologia qualquer atitude nessa direção [desmatamento químico]”, contou.
Além disso, ele citou que a Secretaria do Meio Ambiente (SEMA) autuou o fazendeiro antes de o caso polemizar.
“Nós tínhamos adotado [medidas de prevenção], tanto que, quando isso veio a público, o governo já tinha tomado todas as providências há muito tempo. O governo tinha ido lá com a Sema e apreendido máquinas, avião e emitido auto de infração de R$ 2,8 bilhões. O órgão e os aparatos de proteção estão funcionando”, completou.
O desmatamento
A Polícia Civil de Mato Grosso, entre os dias 8 e 12 de abril, identificou o desmatamento feito em mais de 81 mil hectares distribuídos entre 11 propriedades no município de Barão de Melgaço (109 km de Cuiabá).
A multa de R$ 2,8 bilhões aplicada a Claudecy foi a maior já registrada sobre um produtor mato-grossense Ele desmatou a área usando 25 tipos de agrotóxicos aplicados por via aérea a fim de limpar a vegetação.
O Pantanal, por se tratar de área alagada, possibilita que as substâncias químicas sejam conduzidas pelas águas e atinjam a fauna, a ictiofauna e até mesmo os seres humanos, com a contaminação dos rios.
FONTE/CRÉDITOS: Olhar alerta
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