O estado de Mato Grosso alcançou a maior produtividade de soja da sua história, com uma média de 66,26 sacas por hectare, conforme aponta o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Esse desempenho impulsionou a estimativa de produção total no Estado para 50,34 milhões de toneladas, representando um crescimento de 28,91% em relação à safra anterior.
De acordo com o Imea, o aumento da produtividade de 1,46% acima da estimativa anterior e 27,04% superior à do ciclo 2023/24 foi impulsionado por condições climáticas favoráveis, com boa distribuição das chuvas, e por altos investimentos dos produtores, que elevaram o potencial produtivo na maioria das regiões produtoras.
A área plantada se manteve em 12,66 milhões de hectares, o que representa uma leve expansão de 1,47% em relação à última safra. O instituto informou ainda que a próxima divulgação deve trazer a consolidação da área plantada com o uso de geoprocessamento, além da primeira projeção para a temporada 2025/26.
Dificuldades
Segundo Luiz Pedro Bier, vice-presidente da Aprosoja, a falta de estrutura foi um dos fatores que dificultaram o escoamento da produção, que foi diretamente afetada pelas chuvas prolongadas. Ele destaca que as chuvas prejudicaram a qualidade da soja e causaram atrasos logísticos, com filas de espera nos armazéns de 24 a 48 horas, além da escassez de caminhões.
Comercialização e preços
Até março, 58,98% da safra 2024/25 já havia sido comercializada, um avanço de 4,01 pontos percentuais em comparação com fevereiro. O relatório aponta que o bom momento nos preços. Em março, o preço médio da saca foi de R$ 109,15, um aumento de 1,08% em relação ao mês anterior.
Para a safra 2025/26, as vendas antecipadas chegaram a 8,10% da produção estimada, avanço de 3,17 pontos percentuais frente a fevereiro. Segundo o Imea, a movimentação é reflexo da busca dos produtores por travamento de custos para o próximo ciclo. No entanto, o preço médio para esse novo ciclo recuou 0,25%, pressionado pela queda nas cotações em Chicago e pela redução dos prêmios de exportação.
No fim de último mês, o indicador Cepea fechou em R$ 132,16 por saca, com queda semanal de 0,86%. Já o indicador Imea subiu 0,62%, atingindo R$ 108,27 por saca. O diferencial de base entre Mato Grosso e a Bolsa de Chicago (CME) caiu 4,68%, ficando em R$ -19,16 por saca.
Exportações e demanda da soja
A colheita foi concluída com 100% da área colhida. No mês de março, 4,18 milhões de toneladas foram exportadas, enquanto o esmagamento industrial local chegou a 1,21 milhão de toneladas.
A demanda total projetada para a soja mato-grossense em 2024/25 é de 49,37 milhões de toneladas, um salto de 23,89% em relação à safra anterior. As exportações continuam como principal destino, com previsão de 30,88 milhões de toneladas, alta de 24,87%.
O consumo interno está estimado em 12,85 milhões de toneladas, e o consumo interestadual foi elevado para 5,64 milhões, impulsionado pela quebra de safra no Rio Grande do Sul, o que representa um aumento de 131,15%. Por fim, o estoque final de soja no Estado foi projetado em 1,08 milhão de toneladas.
FONTE/CRÉDITOS: Olhar Alerta
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