O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), declarou em entrevista concedida nesta terça-feira (11 de junho) ao editor sênior do Poder360, Paulo Silva Pinto, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria levantar a bandeira da anistia para os condenados pelos atos ocorridos em 8 de janeiro. Mendes argumenta que essa medida seria essencial para a pacificação do país.
"Acho que tem que ter, sim, [anistia]. Acho que nós temos que pacificar o Brasil. Temos que sair dessa agenda. Acho que o presidente Lula deveria ser o primeiro a levantar essa bandeira. Vamos botar um ponto final [no 8 de Janeiro],"afirmou Mendes durante a entrevista realizada no estúdio do jornal digital em Brasília.
O episódio de 8 de janeiro, que envolveu a invasão do Congresso Nacional e causou grande repercussão e desdobramentos negativos, foi classificado por Mendes como "trágico, lamentável e triste". O governador enfatizou que, embora seja inadmissível a invasão de propriedades públicas ou privadas, as punições aplicadas aos envolvidos foram desproporcionais.
"O 8 de Janeiro foi um episódio trágico, lamentável, triste naquele dia e nos desdobramentos. Não pode invadir o Congresso e não pode invadir a casa, o terreno de uma pessoa," declarou Mendes, sublinhando a necessidade de um tratamento mais equilibrado em relação às condenações.
Exagero nas Punições
Mendes destacou que, apesar de as condenações terem sido justas, a dosimetria das penas foi severa demais. Ele comparou as penas dos condenados do 8 de Janeiro com as de criminosos violentos, sugerindo que os primeiros receberam tratamentos mais rigorosos do que os últimos.
"As condenações foram corretas, com dosimetria errada. O cara vai lá e mata um monte de gente, como tem bandido matando cidadão de bem, é condenado a 12 anos. O cara lá invadiu, é condenado a 18 anos. O tratamento dado àquelas pessoas não é dado a nenhum desses bandidos," criticou o governador.
As declarações de Mendes surgem em um contexto de polarização política e debate sobre a justiça das penas aplicadas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Sua posição pela anistia reflete uma tentativa de promover a reconciliação nacional e encerrar um capítulo conturbado na história recente do Brasil.
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