Na última terça-feira (2), a Polícia Militar de Rondonópolis prendeu um suspeito de tráfico de drogas e, ao investigar seu celular, descobriu um grupo de mensagens no WhatsApp administrado por líderes de uma organização criminosa. Essas mensagens instruíam os membros a removerem diariamente dados incriminadores de seus aparelhos telefônicos para dificultar as ações policiais.
Em entrevista ao Mídiajur, o tenente-coronel Wanderson da Silva Sá, comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar de Rondonópolis, afirmou que essa prática não impacta o trabalho da PM, mas prejudica as investigações da Polícia Judiciária Civil após as detenções.
O vídeo encontrado no celular do suspeito mostra a mensagem em formato de “planilha”, com nomes dos membros da facção e “emojis” indicando quem já realizou a “limpeza” e quem ainda precisa fazê-la. Além disso, a planilha indica o horário para a formatação dos celulares.
“Todos os irmãos cumprir com sua responsabilidade e compromisso diário, deixou desejar ficará disciplinado no trabalho social”, diz um trecho da mensagem enviada aos membros da facção.
Segundo o coronel, quando a PM aborda os suspeitos, a primeira ação deles, caso não tenham realizado a “limpeza” do celular, é jogar o aparelho no chão para quebrá-lo. “Por isso que frequentemente apreendemos celulares quebrados”, explicou.
Para o comandante, a insistência dos líderes em manter os celulares dos membros formatados é revoltante, e aqueles que não seguem a ordem sofrem penalidades dentro do grupo. “Ficou claro que há um grupo que determina a formatação e exclusão de dados nos celulares dos membros para evitar informações que possam aprofundar as investigações”, concluiu.
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