A presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Thereza Assis Moura, negou o pedido de habeas corpus e manteve a prisão da empresária Maria Angélica Caixeta Gontijo, suspeita de mandar matar o advogado Roberto Zampieri, de 57 anos, no dia 5 de dezembro, em Cuiabá.
De acordo com a decisão, publicada na última sexta-feira (12), a defesa de Maria Angélica pediu para que a prisão preventiva fosse substituída por domiciliar, considerando que ela é mãe de uma criança de 4 anos e cuida do pai, diagnosticado com Alzheimer.
Além disso, a defesa também alega que a prisão temporária da empresária não é imprescindível para as investigações do caso, visto que "o depoimento já foi colhido, as armas entregues às autoridades, o passaporte recolhido e celular entregue para perícia”.
Maria Angélica foi presa no dia 20 de dezembro, em Patos de Minas (MG). Segundo a Polícia Civil de Mato Grosso, ela teria ordenado o assassinato do advogado após ter perdido uma disputa judicial por uma fazenda de cerca de 20 mil hectares no município de Ribeirão Cascalheira, região do Vale do Araguaia. O advogado assassinado era a parte contrária na ação.
Segundo o delegado Edison Pick, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) de Cuiabá, apesar de morar em Minas Gerais, a suspeita estava em Cuiabá no dia do crime.
O advogado Roberto Zampieri foi morto com 10 tiros dentro do próprio carro em frente ao escritório, em Cuiabá. Uma câmera de segurança registrou o momento do crime. Ele foi surpreendido por um homem de boné, que disparou pelo vidro do passageiro, e fugiu em seguida.
As equipes de socorro médico foram até o local, mas a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu. O suspeito chegou a ficar cerca de uma hora aguardando a vítima sair do local.
De acordo com o delegado, o suspeito utilizou uma caixa revestida com saco plástico para esconder a arma do crime, e que o objeto também pode ter sido usado para abafar o som dos disparos.
O delegado da Polícia Civil, Nilson Farias, disse que o atirador aguardava o advogado na frente do escritório e que a vítima tinha um veículo blindado há mais de 5 anos.
“Ele tinha um carro blindado, mas já tem uns cinco anos que ele possui esse veículo, não é por ameaça recente. Hoje, especificamente, ele não utilizou, mas usava esse carro blindado de forma aleatória. Pelo que levantamos, ele nem viu o que aconteceu porque foi muito rápido”, disse.
Prisões dos envolvidos
Um coronel do Exército Brasileiro foi preso, nesta segunda-feira (15), suspeito de financiar a morte do advogado. O suspeito foi preso pela Polícia Civil, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
De acordo com o delegado Nilson Farias da Polícia Civil de Mato Grosso, as equipes foram até a capital mineira para cumprir um mandado de busca e apreensão e um de prisão temporária contra o coronel Etevaldo Luiz Cacadini de Vargas.
O suspeito de atirar contra o advogado foi preso no dia 20 de dezembro, no município de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte. Segundo o delegado, o homem confessou que atirou contra Roberto. O atirador vigiou a vítima por 30 dias antes do crime.
“A gente recebeu o vídeo da vigilância do escritório. Foi possível ver a face deles e conseguimos identificá-los. Chegamos no hotel em que eles ficaram hospedados e seguimos os passos que eles fizeram. O intermediário chegou no dia do homicídio e foi embora no outro dia”, disse.
O suspeito de ser o intermediário foi preso dois dias depois, em Belo Horizonte. Segundo a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o intermediário contratou o atirador, pelo valor de R$ 40 mil.
FONTE/CRÉDITOS: agencia da Noticia
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