O governador Mauro Mendes (União) voltou a criticar a proposta de instalação de câmeras nas fardas dos policiais militares, argumentando que a medida está descolada da realidade brasileira, marcada pelo avanço das facções criminosas em todas as regiões do país.
“Enquanto estamos vivendo um verdadeiro caos nas periferias das cidades brasileiras, a grande discussão que vem de Brasília é se coloca ou não câmera nos nossos policiais. Como se os policiais fossem os bandidos e os bandidos fossem os mocinhos”, disse Mauro na sexta-feira (21).
Segundo o governador, a instalação de câmeras nos policiais não resolveria os problemas de segurança enfrentados pelo país.
“Colocar câmera no policial vai evitar o bandido de roubar, vai evitar os bandidos de se matarem ou de matar outras pessoas? Câmera no policial vai evitar o traficante de traficar, transportar droga, vender droga?”, questionou.
Mauro Mendes destacou que evitar excessos por parte dos policiais é importante, mas ressaltou que a prioridade deveria ser o combate ao crime organizado.
Nos últimos cinco anos, em Mato Grosso, foram registradas 43 mil ocorrências de roubo, mais de quatro mil assassinatos e foram apreendidas cerca de 119 toneladas de cocaína.
“Há uma inversão completa de valores nesse país. Acho que deu o vírus da vaca louca ou alguma coisa parecida na cabeça de muita gente que devia estar pensando no cidadão, na sociedade e conhecendo um pouco mais essa realidade que está acontecendo nas cidades brasileiras como um todo”, afirmou.
O governador recordou que as forças de inteligência do país já identificaram mais de 70 facções atuando em todo o território nacional e enfatizou a necessidade de ações mais enérgicas contra o crime organizado.
“Se não houver um despertar para isso, eu já disse e lamentavelmente eu repito, o Brasil vira um país do narcotráfico porque houve um avanço gigantesco das facções em todo o país”, alertou.
Mauro Mendes concluiu com uma reflexão sobre o futuro do país. “Onde nós vamos parar? No caos, para só então tomar providência? É isso que nós queremos discutir”, disse
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