O governador Mauro Mendes (União) afirmou que estuda denunciar o juiz federal Guilherme Michelazzo Bueno ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) após a decisão de conceder liberdade a dois traficantes que transportavam 420 kg de drogas em Porto Espiridião, região de fronteira com a Bolívia.
O magistrado estava de plantão no domingo (7) quando deu liberdade provisória à dupla um dia após eles terem sido presos.
A decisão, porém, foi revogada na segunda-feira (8) pelo juiz Francisco Antônio de Moura Júnior e os traficantes foram presos novamente no mesmo dia.
“Vou pedir a Procuradoria do Estado que estude isso. O crime de tráfico internacional de drogas é um crime federal e temos autoridades constituídas e essas autoridades tiveram conhecimento [do caso]”, disse à imprensa nesta terça-feira (9).
“Publiquei vídeo na rede social, algumas reportagens tiveram ampla repercussão dentro de Mato Grosso e fora do Estado. Acredito que foi por isso que no final do dia de ontem o juiz revogou esse alvará de soltura e o Gefron junto com a Polícia Federal localizaram e prenderam esses bandidos”, acrescentou.
No despacho que liberou os traficantes, o juiz plantonista escreveu que "ao que tudo indica" os dois homens são pobres, seriam “mulas” e teriam aceitado fazer o transporte para obter "dinheiro fácil".
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal chegaram a pedir a prisão preventiva dos traficantes, mas o magistrado não acatou.
Endurecimento de lei
Mendes elogiou a nova decisão que prendeu a dupla novamente, porém voltou a defender o endurecimento da legislação brasileira.
“Fico feliz com a nova postura do Judiciário, mas é lamentável, porque não é a primeira vez que isso acontece em Mato Grosso e no Brasil. Tem sido recorrente”, disse.
“Temos que ter leis mais duras, não permitindo esse tipo de interpretação que beneficia bandidos que causam grande risco à sociedade. O tráfico de drogas tem um desdobramento gigantesco em outros crimes, fomentando as cadeias criminosas em todo país”.
FONTE/CRÉDITOS: Olhar Alerta
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