O deputado estadual Gilberto Cattani (PL), conhecido por seu alinhamento bolsonarista, conseguiu aprovar, na sessão desta quarta-feira (19) da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), uma moção de repúdio à declaração do presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva (PT). Lula referiu-se a bebês frutos de estupro como ‘monstros’. A moção recebeu votos contrários dos deputados Valdir Barranco (PT), Lúdio Cabral (PT), Juca do Guaraná (MDB) e do presidente da ALMT, Eduardo Botelho (União).
A declaração controversa de Lula foi feita na última segunda-feira (18), durante uma entrevista sobre um projeto que tramita na Câmara dos Deputados, que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao homicídio. O presidente questionou que tipo de ‘monstro’ poderia nascer do ventre de uma mulher vítima de estupro.
Em suas redes sociais, Cattani criticou severamente a fala do presidente, argumentando que Lula estava condenando o bebê em vez de focar no criminoso que cometeu o estupro. "Um bebê com 22 semanas pode nascer com toda a chance de ser uma pessoa de bem, honesta e digna. Muitas pessoas vieram a este mundo a partir de um processo trágico como este. Monstro é quem cometeu o crime e esta pessoa não merece ter uma pena leve. Monstruosidade é à esquerda trabalhar para impedir que este tipo de criminoso tenha uma punição endurecida", afirmou o parlamentar.
Esta não é a primeira vez que Cattani consegue aprovar uma moção de repúdio contra declarações do presidente Lula. Em abril de 2022, ele conseguiu uma moção contra Lula por incitar militantes de esquerda a "incomodar a tranquilidade" de deputados de direita em suas casas. Em agosto do mesmo ano, Cattani aprovou outra moção contra Lula, que havia chamado o agronegócio de ‘fascista’. Mais recentemente, em abril de 2023, Cattani aprovou uma moção de repúdio contra Lula por dizer que “pessoas com deficiência têm problemas de desequilíbrio de parafuso”.
In. assessoria
O caso continua gerando repercussão e dividindo opiniões dentro e fora da Assembleia Legislativa. A moção de repúdio reflete a polarização política e a intensa disputa de narrativas no cenário político brasileiro.
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