Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP/MT) mostram que, apenas nas duas primeiras semanas de novembro, foram registrados cerca de 22 boletins de ocorrência de furtos e 15 de estelionatos. A crescente onda de crimes está deixando a comunidade local em alerta e levantando questionamentos sobre a eficácia das medidas de segurança na cidade.
Um dos casos mais recentes envolve um morador que, ao retornar de uma viagem, encontrou sua residência com sinais de arrombamento. Ao entrar, o cenário era de total desordem: objetos de valor, incluindo uma TV, aparelhos de som, eletroportáteis, perfumes de diversas marcas, joias e relógios, haviam sido levados. A casa, além de ter sido saqueada, estava completamente revirada e bagunçada, evidenciando a ação despreocupada dos criminosos.
Este incidente se soma a uma série de outros relatos similares, que vêm gerando medo e insatisfação na comunidade local. Uma vítima relatou que, ao chegar em casa por volta das 23h30, encontrou a fechadura da porta da sala arrombada. Foram levados uma garrafa térmica, uma cuia e uma bomba de chimarrão da marca Trots, dois whiskies Chivas (de 18 e 12 anos), um rádio, um casaco de moletom TXC de cor caramelo, um boné branco da mesma marca, três perfumes femininos e uma toalha de jogos de mesa. O quartinho dos fundos também foi arrombado e revirado, mas nada foi levado. A casa não possui câmeras de monitoramento.
- Outra vítima relatou que sua residência foi invadida enquanto estava em viagem. Os ladrões entraram por uma pequena janela do banheiro e saíram pela porta da cozinha, levando um notebook Acer prata e uma TV LG de 50 polegadas. Assim como no caso anterior, o local não contava com câmeras de segurança.
- Um comerciante relatou que, ao conferir o estoque de sua empresa pela manhã, percebeu a falta de 86 fardos de arroz.
- Uma loja localizada na Avenida Sul foi alvo de um furto por volta das 4h30. Os ladrões arrombaram a porta e levaram dois notebooks e um equipamento de análise de defeitos de veículos, cujo valor pode chegar a R$ 10 mil.
- Uma vítima que esteve fora por 15 dias relatou o furto de sua chácara. Os itens levados incluíram um relógio, botijão de gás, utensílios de cozinha, um notebook, R$ 30 mil em dinheiro, uma moto-serra e ferramentas. Os criminosos desligaram o padrão de energia da casa e queimaram documentos importantes, como a escritura da chácara e outros papéis pessoais. O local não possui câmeras de monitoramento.
- Em outra propriedade rural, o Rancho Paraíso, os ladrões levaram uma espingarda Boito calibre 20, uma caixa de som JBL Xtreme 3, um litro de whisky, roupas e uma traia de pesca. A propriedade está localizada a 500 metros da ponte do Rio Suiá.
- Uma loja de celulares foi alvo de furto, tendo a fechadura da porta de vidro arrombada. Foram levados um notebook Samsung Book 2, diversos celulares (Moto G52, Samsung A52, Samsung 10S, iPhone 7 Plus, Samsung A13), uma caixinha de som Inova, seis bonés e algumas telas de celular usadas. A loja não possuía câmeras de segurança, mas a proprietária está buscando imagens de estabelecimentos vizinhos.
- Uma empresa da área de agricultura quase foi invadida, mas o alarme foi acionado, e os criminosos desistiram da ação.
- Outra empresa, situada também na Avenida Sul, teve a porta arrombada por dois suspeitos que levaram um notebook Dell, um kit de ferramentas contendo uma maquita, uma parafusadeira elétrica, uma chave de impacto, um ventilador, entre outros itens.
- Um morador relatou que sua residência foi furtada enquanto ele estava fora para trabalhar. Ao retornar às 16h, encontrou a porta da cozinha arrombada e a casa revirada. Entre os objetos levados estavam uma TV Samsung de 43 polegadas, uma caixa JBL Boombox, um ventilador Britânia, uma panela air fryer, um celular Samsung e dois relógios Technos novos. O prejuízo foi estimado em aproximadamente R$ 7 mil. A casa também não possuía câmeras de segurança.
As festividades de fim de ano, com o aumento de viagens e a ausência prolongada de moradores em suas residências, contribuem para o crescimento do número de furtos a residências e comércios. A polícia alerta que muitos dos objetos roubados acabam sendo revendidos em pontos de venda de drogas, disfarçados como distribuidoras de bebidas, bares e cabarés. Essa prática alimenta o ciclo de violência e dificulta a recuperação dos bens subtraídos.
Especialistas em segurança apontam que muitos dos objetos furtados acabam em pontos de venda de entorpecentes, muitas vezes disfarçados como distribuidoras de bebidas, bares e cabarés. Esse ciclo alimenta o tráfico de drogas e dificulta ainda mais a recuperação dos itens roubados.
A situação em Querência clama por uma resposta mais contundente das autoridades. A falta de câmeras de monitoramento em muitos pontos, tanto em residências quanto em comércios, facilita a atuação dos criminosos e dificulta as investigações. Moradores, em busca de proteção, têm pressionado o poder público por ações mais eficazes e rápidas. A sociedade local começa a se sentir desamparada, com a sensação de que a segurança está à margem das necessidades crescentes da população.
O aumento nos índices de furtos e a ousadia dos criminosos não podem ser ignorados. O poder público precisa agir com celeridade para reforçar as medidas de segurança, incrementar a presença policial e garantir que as festividades de fim de ano não se transformem em mais um período de medo e insegurança para os cidadãos de Querência. A busca por uma solução definitiva é essencial para restaurar a confiança da sociedade nas forças de segurança e garantir a tranquilidade que todos os moradores merecem.
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